quarta-feira, 24 de junho de 2116

A Verdade sobre o "tudo posso"



Por Roberto Viana


Filipenses 4.13
(Posso todas as coisas em Cristo que me fortalece)

                      Muitos pastores e pregadores fazem uma interpretação equivocada quanto a este texto, tentando, de forma incorreta, nos mostrar que podemos tudo em Cristo, retirando do contexto este versículo. Fazendo isso de maneira egocêntrica, antropocêntrica e materialista, principalmente aqueles que pregam e fazem uso da teologia da prosperidade e da confissão positiva, num sincretismo religioso absurdo.
O que o apostolo Paulo disse claramente nos versos anteriores (Fl 4:10-12), era que ele seria capaz de estar em quaisquer circunstâncias que passaria firme e confiante. Estando ele em fartura de alimento ou com fome; pobre ou rico; humilhado ou honrado; doente ou saudável, ele assim permaneceria fiel ao salvador, pois Ele é quem o fortalecia. Não duvidaria que Deus fosse mantê-lo firme mesmo em condições tão desfavoráveis, passaria por tudo adorando ao Deus Trino, pois confiava nas promessas de Cristo – “Mesmo assim não duvidou nem foi incrédulo em relação à promessa de Deus, mas foi fortalecido em sua fé e deu glória a Deus” (Romanos 4.20). Sentindo-se autossuficiente, ao mesmo tempo teve o cuidado de adicionar que não dependia inteiramente de si mesmo. Antes, tinha consciência da presença intima de Cristo, o qual, a todo tempo lhe supria as forças necessárias.
Alguns anos antes desta carta chegar aos filipenses, o seu escritor, em sua viagem missionária, antes de entrar em Bitinia, foi impedido pelo Espírito Santo do Senhor, que o ordenou a ir para Macedônia, através de uma visão em que um homem dizia: “passa à Macedônia e ajude-nos”. Ao saírem para orar, começaram a conversar com as mulheres que estavam à beira de um rio e uma mulher, que tem por nome Lídia, é convertida e batizada através da palavra proferida pelo apostolo, e os convida a repousar em sua casa.
Havia uma escrava que tinha um espírito que predizia o futuro, que ganhava muito dinheiro para seus senhores, e Paulo ao expulsar este espírito traz grande prejuízo a eles, que por sua vez levam Paulo e Silas aos magistrados a fim de prendê-los. Os guardas tiram-lhes as roupas, os açoitam gravemente e os lançam na prisão prendendo seus pés no tronco.
Por volta da meia noite eles oravam e louvavam a Deus. Houve um terremoto e os alicerces da prisão se abalaram, todas as portas se abriram e as correntes se soltaram. O carcereiro passa e ser cristão. Os magistrados e os senhores soltam Paulo e Silas.
Algo aconteceu naquela noite que não se repetiu quando escreveu a carta, pois se encontrava mais uma vez encarcerado, por quê? Numa noite tudo acontece a favor, ou em beneficio do servo de Deus e noutra passamos por momentos tão difíceis? Em Romanos 5, versículos 3 ao 5, o Apostolo Paulo nos responde de maneira clara, como segue:
E não somente isto, mas também nos gloriamos nas tribulações, sabendo que a tribulação produz a paciência; e a paciência, a experiência; e a experiência, a esperança. E a esperança não traz confusão, porquanto o amor de Deus está derramado em nosso coração pelo Espírito Santo que nos foi dado”.
Conforme este versículo, a adversidade deve provocar no ser humano uma reação em cadeia, em que a tribulação produz paciência, para compreender que tudo “tem seu tempo determinado, e há tempo para todo propósito debaixo do céu”, a paciência produz experiência de saber que todas as vezes que a adversidade nos sobrevier, saberemos como reagir e a experiência produz esperança, para entender que o Espírito Santo estará sempre conosco nos guardando na expectativa de um dia morarmos com Cristo na Nova Jerusalém e já não mais passar por tais sofrimentos.
A nossa esperança deve estar firmada em Cristo e na Sua promessa, baseada no plano de redenção para a humanidade. Por isso a igreja de Cristo não deve mais se conformar com esta teologia ilusória proferida de forma ardilosa, trazendo a humanidade a um foco equivocado quanto ao plano de Deus e do evangelho de Cristo. O que realmente precisa, urgentemente, é de uma reforma, de voltar ao evangelho genuíno, em que Cristo e as escrituras (somente as escrituras) sejam referência para uma vida espiritual saudável e consistente. Uma reforma que o avivamento não tenha como feedback a zombaria, a chacota, mas seja um avivamento que traga ao homem um sentimento de busca constante pela palavra de Deus e de luta incessante contra o pecado e suas mazelas; que faça o homem retornar a Cristo e seus propósitos, pois somente Ele pode fazer algo pelo homem.
E então, partir daí, não dar mais ouvidos à estas heresias pregadas através da confissão positiva.
O Senhor te abençoe e te guarde; O Senhor faça resplandecer o seu rosto sobre ti, e tenha misericórdia de ti; O Senhor sobre ti levante o seu rosto e te dê a paz. (Números 6: 24-26)

Roberto Viana
#Sola_Scriptura #Solus_Christus


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